A 1ªfase de exames terminou e as dúvidas começam a ocupar-te a mente, sei como te sentes. Deves estar a perguntar-te qual curso deves seguir ou até já tens uma opinião muito vincada e que consideras inalterável. Seja qual for a tua situação tem em conta de que por vezes, acontecem imprevistos, até porque estás a concorrer a nível nacional para conseguir aquela vaga e por mais que a tua média seja boa, às vezes não se consegue entrar em determinada opção por questão de décimas.

Trago-te aqui  uma entrevista feita a uma estudante que, tal como milhares de alunos, não entrou na sua primeira opção.

  • No final do secundário, já tinhas feito toda a pesquisa dos cursos e instituições adequados às tuas preferências ou ainda estavas um pouco perdida em termos de informação?

“Ao longo do secundário, fiz muitas pesquisas sobre em qual curso e instituição queria estudar. Não sabia ao certo o que me veria a fazer, gostava de tentar perceber melhor como era cada profissão e talvez até experimentar, mas não é assim tão simples, porque podiam requerer conhecimentos que só são adquiridos em cursos superiores. No entanto, pesquisei acerca de algumas profissões de que tinha interesse, mas acho que não consegui obter toda a informação que queria para tomar uma decisão 100% definitiva. Considero-me uma pessoa indecisa, o que atrapalhou um pouco este processo.

Apesar da incerteza, tive algumas preferências que me ajudaram a escolher os cursos a que me iria candidatar. Contudo, até hoje penso que poderia haver mais áreas que gostaria de descobrir um pouco mais.

Escolher o curso e a instituição em que queremos estudar não é uma decisão fácil, porque há variadíssimas áreas de estudo e todas têm os seus pontos positivos e negativos, além de que no final do 12º ano nem sempre temos a plena consciência do que é que queremos estudar ou qual a futura profissão que nos vemos a exercer.”

  • Quando saiu o resultado das colocações e viste que não foi o esperado, como reagiste?

“Estranhamente, não me recordo muito bem do que senti no exato momento em que soube que não tinha entrado onde tanto queria. Lembro-me mais dos dias seguintes, estava triste, porque escolhi um curso que achei interessante e que estava com muita curiosidade em descobrir. Depois de tanto ter lutado para entrar naquele curso acabei por não conseguir e fiquei um pouco desiludida.”

  • Procuraste saber da existência de vagas sobrantes no curso e instituição que querias como primeira opção, ou nem consideraste a possibilidade?

“Sim, procurei saber. Descobri que havia vagas para candidatar-me à segunda fase do Concurso Nacional de Acesso ao Ensino Superior.

Tive num impasse até ao último minuto, será que tentava ou não novamente candidatar-me àquele curso que tanto almejava? Tive muito indecisa, mas acabei por não me candidatar, entretanto já tinha tido a oportunidade de ir conhecer a instituição e, também saber um pouco mais acerca do curso em que tinha entrado, além de ter tido a oportunidade de conhecer estudantes do mesmo, o que me fez ficar mais motivada a experimentar o curso em que tinha entrado. Para além disso, entretanto apercebi-me também que tinha interesse nas unidades curriculares que ia estudar e as saídas profissionais levavam-me a profissões que também já tinha pretendido exercer.”

  • Tiveste dificuldade em encontrar o lado positivo da situação?

“Posso dizer que sim, foi difícil, mas os meus pais ajudaram-me a tentar ver o lado positivo da situação, desde o início apoiaram-me em qualquer decisão que tomasse quanto ao rumo que pretendia dar aos meus estudos.

Além de que, entretanto, comecei a ter uma nova perspetiva sobre o resultado da minha colocação. Não entrei na minha primeira opção, porque já não era para ser.”

  • Se fosse hoje, trocarias de curso? Se não, porquê?

“Tendo em conta o que conheci e vivi até hoje, não trocaria de curso. Estou a estudar uma área que envolve muitas outras e aprendo melhor o funcionamento e os objetivos de algumas das suas saídas profissionais e, consequentemente, sobre o setor empresarial. Para mim, é uma área interessante a se descobrir.”

  • Recomendas a tua faculdade a futuros universitários e o que poderias dizer para vender o teu peixe?

“Sim, recomendaria a minha instituição a futuros estudantes. Por ser um Politécnico, temos o privilégio de estudar os conteúdos de forma mais prática e considero isso a meu ver uma mais valia e  futuramente  poderá fazer com que me destaque de outros candidatos no mercado de trabalho.

Para além disso, o ISCAP proporciona uma boa receção aos novos alunos, encontrarás alguém que te poderá ajudar a esclarecer as tuas dúvidas e até a saber onde ficam as salas no início do ano. Eu senti-me bem acolhida cá desde o início e talvez isso tenha sido um dos motivos que fez gostar tanto desta instituição.

É também importante referir que, nos primeiros dias de aulas, éramos todos alunos novos a tentar descobrir como tudo funcionava, pelo que conhecer pessoas novas não foi assim tão difícil, porque estávamos todos a passar pelo mesmo.

Não te esqueças que estamos todos para o mesmo fim e os que agora estudam na tua futura instituição de ensino, um dia já foram novos alunos. Por isso, percebemos que pode ser difícil a adaptação, que vai melhorando a cada dia que passa. Até hoje nós também estamos a aprender melhor como tudo funciona!”

Este testemunho é a prova de que com o suporte certo, a frustração de não entrar no tal “ curso de sonho” é facilmente ultrapassada.

Se mesmo assim não encarares com o curso ( o que pode acontecer) , o mundo não acaba. Tens algumas opções a considerar para chegares onde queres, como CTESP’s, mudança de curso, podes repetir os exames do secundário e tentar de novo no ano seguinte ou até mesmo inscreveres-te no ensino privado se tiveres essa possibilidade.