Desafiamos o professor Tim Hogg, coordenador da licenciatura em Ciências Sociedade, para uma flash interview. Esta entrevista promete esclarecer, informar e satisfazer toda a curiosidade sobre este novo curso altamente inovador que desafia o conhecimento e o futuro.
Porquê uma Licenciatura em Ciências e Sociedade?
Há três grandes razões. A primeira é para responder às necessidades expressas pelos empregadores e às tendências que identificamos nos perfis de emprego e dos percursos profissionais dos diplomados. Empresas e outras entidades continuam a pedir licenciados com soft skills bem desenvolvidas, mas na verdade também querem outras competências e outros conhecimentos. Esta licenciatura representa um palco ideal para o desenvolvimento de todas estas competências. A segunda razão prende-se com o facto de não estarmos focados só nas necessidades das empresas e dos empregadores. O nosso principal objetivo é dar aos estudantes o que precisam para extrair o melhor de si em todas as vertentes. Estudos feitos no Reino Unido mostram que quase metade dos diplomados nas áreas das Ciências e Tecnologias encontram empregos bons, ao nível esperado de um licenciado ou mestre, mas não relacionados com a área de estudo. Quando se trata dos diplomados nas áreas das Biociências esta proporção é mais próxima de 70%. Se assim é, porque é que não incorporamos conhecimentos e capacidades com aplicações mais amplas no próprio curso? A terceira razão tem a ver com a necessidade de se preparar as novas gerações para o futuro e para a incerteza que lhe é inerente. Estamos no início de uma era em que a inteligência artificial vai ser um fator de maior importância e relevância, mas em formas impossíveis de prever. Mas a IA não é o único desafio que enfrentamos, também temos alterações climáticas e o ambiente em geral, o sistema alimentar insustentável e as consequências disso, a exclusão e as desigualdades na sociedade, e muitos outros. Os diplomados de hoje e de amanhã têm de ter a capacidade de se adaptar e de saber responder a estas incertezas.
Porque é que o curso é inovador?
O curso é inovador em 3 vertentes. (i) é inerentemente flexível com um conjunto alargado de disciplinas opcionais em todas as áreas do saber que temos na Universidade Católica no Porto, (ii) é multidisciplinar e baseado em desafios provenientes do mundo real e (iii) tem uma componente muito grande – quase um ano inteiro – dedicado à aprendizagem em contexto de projeto.
De que forma é que a multidisciplinaridade está refletida no plano curricular?
O primeiro ano é dedicado à construção de uma base de um conhecimento sólido nas áreas disciplinares da Escola Superior de Biotecnologia e ao contacto com áreas disciplinares das ciências humanas e económicas. No primeiro ano, uma equipa de tutores acompanha os alunos e ajudam-nos na preparação para o resto do programa. O segundo ano é muito flexível e multidisciplinar – há muito espaço no programa para escolher disciplinas de qualquer faculdade do Centro Regional do Porto da Universidade Católica Portuguesa, mais uma vez com o apoio de tutores. Esta insistência na multidisciplinaridade mantém-se no último ano que é essencialmente dedicado ao desenvolvimento de um projeto que responde a uma questão do “mundo real”. Este projeto tem de usar pelo menos duas disciplinas distintas na abordagem à questão – uma disciplina das biociências e pelo menos uma de gestão, economia, direito, artes, sociologia ou psicologia.
Quais as saídas profissionais?
As saídas profissionais serão múltiplas, começando com as posições que os diplomados das biociências classicamente ocupam – como em contextos profissionais diversos dos setores da Saúde, Alimentar, Ambiente e outras. No entanto, os diplomados deste curso estarão aptos para trabalhar ao nível da consultoria e estudos, laboratórios, funções comerciais e de marketing, relações-públicas, inovação, sustentabilidade e comunicação em empresas, consultoras, entidades públicas e think tanks, start-ups ou spin-offs ou organizações não governamentais, associações e empresas sociais e agências internacionais. Para além disto, poderão, também, prosseguir os estudos para inúmeros mestrados e pós-graduações, quer nas áreas científicas, tecnológicas ou nas ciências sociais e outras.
Porquê esta aposta da Escola Superior de Biotecnologia da Universidade Católica Portuguesa?
A Universidade Católica, e neste caso a Escola Superior de Biotecnologia, tem a tradição de lançar cursos novos e inovadores, sempre com a intenção de satisfazer uma necessidade identificada e de desafiar a sociedade com propostas audazes. Estamos convictos de que a multidisciplinaridade, a flexibilidade e a aprendizagem centrada no aluno serão a base de muita da oferta universitária para os próximos anos. Queremos mostrar a nossa convicção, sendo a primeira instituição a apresentar um curso desta natureza. O uso dos prismas ambientais e alimentares para colocar questões do mundo real permitirá aproveitar a excelência do nosso centro de investigação nestas áreas, criando um ambiente de aprendizagem único. A Universidade Católica no Porto tem condições muito propícias, únicas no país, para promover um curso com este nível de integração.
Que mensagem quer deixar a quem está a ponderar candidatar-se a esta licenciatura?
Para quem quer adquirir um conjunto de competências e conhecimento avançado nas biociências e nas ciências sociais e económicas esta licenciatura representa um ambiente de aprendizagem único em Portugal.